Borboleta emplumada

Acordei e vi
Vento jogado no jardim de girassóis
Borboleta emplumada secando o azul do céu
Fadas fazendo sorrisinhos pintavam música com gosto laranja
Na terra, os pés boiavam gastando sola
Mãos que molham o jardim e o cheiro de mato molhado invade o pensamento ausente
A lembrança cai no chão batido e dela brotam mudas de felicidades coloridas
Borboleta emplumada, abelhas fumegantes e beija-dores querem sentir o gostinho daquelas felicidades novas.
É bom!
Deliciam-se...

Camila Oleski

Amálgama


A minha estação é o inverno permanente...
Moro nos montes gelados.
Meu peito é um castelo cujas muralhas não possuem janelas, seteiras ou mesmo portas.
Apenas o frio que corta.
Tão frígida quanto a nevasca que despenca sobre a cidade prestes a ser soterrada, apresento-me diante da vida.

Mas você chegou com a primavera.
Coloriu meus dias,
Plantou palavras e regou meus sonhos.
O inverno encontrou a primavera numa amálgama inusitada.

O inverno é uma velha fria e arrefecida de mágoas
Em cujo solo brotam apenas ervas daninhas
E a primavera, perfumada como os campos de lavanda,
Colorida feito flores do campo
E sedutora como as orquídeas

Ambos se apaixonaram
O inverno, com o álgido toque e sorriso que há muito não se abria, permite que o cinza dos dias de solidão sejam envolvidos pelo esplendor de cores.

Você chegou quando meus olhos só achavam casa nas palavras daquele livro de amor
Meus olhos agora têm os seus
Minhas mãos tocam nas suas como se o amanhã,
que chega com a saudade de mala pronta,
não fosse nascer.
Você chegou e me aceitou como sou:
No meu inverno congelante, você conseguiu achar uma flor que resiste ao frio
Quero você, meu bem, do jeito que é.

Camila Oleski

A última notícia

A última notícia que tive de mim foi de você  Que me disse que eu havia me perdido  E que achava que eu não podia ir tão longe Mas fui ...