Deitada em seu peito


Deitada em seu peito
Achei a felicidade
Deitada em seu peito
Cortejei o amor
Deitada em seu peito
Estou em casa

Meu peito,
Puído pelas tantas dores e
marcado pelos dissabores e desamores
É preenchido agora,
Mesmo na distancia que se tornou nosso sobrenome,
Deitada em seu peito

Pude ver as estrelas,
Mandacarus nas pedras,
Água salgada
Pude ver palavras de amor e
Dentes sorrindo
Deitada em seu peito

Um coração calmo
Cheio de borboletas
Flores coloridas
Bem querer

Navego por mares desconhecidos
Lugares nunca vistos
Sentimentos nunca vividos

Deitada em seu peito
Agora e depois
Um universo me espera
Uma vida que se constrói
Duas vidas estão ligadas
E hão de morrer assim.

Camila Oleski

Borboleta emplumada

Acordei e vi
Vento jogado no jardim de girassóis
Borboleta emplumada secando o azul do céu
Fadas fazendo sorrisinhos pintavam música com gosto laranja
Na terra, os pés boiavam gastando sola
Mãos que molham o jardim e o cheiro de mato molhado invade o pensamento ausente
A lembrança cai no chão batido e dela brotam mudas de felicidades coloridas
Borboleta emplumada, abelhas fumegantes e beija-dores querem sentir o gostinho daquelas felicidades novas.
É bom!
Deliciam-se...

Camila Oleski

Amálgama


A minha estação é o inverno permanente...
Moro nos montes gelados.
Meu peito é um castelo cujas muralhas não possuem janelas, seteiras ou mesmo portas.
Apenas o frio que corta.
Tão frígida quanto a nevasca que despenca sobre a cidade prestes a ser soterrada, apresento-me diante da vida.

Mas você chegou com a primavera.
Coloriu meus dias,
Plantou palavras e regou meus sonhos.
O inverno encontrou a primavera numa amálgama inusitada.

O inverno é uma velha fria e arrefecida de mágoas
Em cujo solo brotam apenas ervas daninhas
E a primavera, perfumada como os campos de lavanda,
Colorida feito flores do campo
E sedutora como as orquídeas

Ambos se apaixonaram
O inverno, com o álgido toque e sorriso que há muito não se abria, permite que o cinza dos dias de solidão sejam envolvidos pelo esplendor de cores.

Você chegou quando meus olhos só achavam casa nas palavras daquele livro de amor
Meus olhos agora têm os seus
Minhas mãos tocam nas suas como se o amanhã,
que chega com a saudade de mala pronta,
não fosse nascer.
Você chegou e me aceitou como sou:
No meu inverno congelante, você conseguiu achar uma flor que resiste ao frio
Quero você, meu bem, do jeito que é.

Camila Oleski

Bálsamo Retinto

Aquilo que fomos um dia 
Passa pela minha cabeça
Como um filme visto inúmeras vezes
No entanto, dessa vez, há detalhes que não tinha visto,
Intenções que havia perdido
Um bálsamo retinto agora.

Aquela onda que irrompe na praia
São as minhas mãos ansiando pelas suas
Aquela brisa que sopra sua tez
É meu colo pedindo sua boca
Aquele frio que sentiu ontem na rede, depois do banho de mar
Foram meus olhos procurando sua alma
A saliva que molha seus lábios salgados
É a minha sagacidade despertada
A luz do sol que passeia por seu corpo
É a violação da minha zona de conforto

Na calada manhã
Corpos nus brincando, não absortos, despertos
Cujas intenções provocam a sinestesia mais deleitável

Doce lamento da alma que acabou de sair do sono da morte
Da mais mentirosa sensação de controle
Agora já foi
Atirei-me ao mar da volúpia
Estou anestesiada pela busca de axiomas que possam traduzir um continuum

Tento inutilmente retomar a razão perdida

Ah, quisera eu ser aquela borboleta
Por seus dedos impacientes tocada
E por meia hora observada, no tapete verde-natural

Fecho meus olhos:
Eles são pórticos
Para seu jardim em flor
Onde a borboleta flutua cativa num mar verde de amor.


Camila Oleski

Arrependimento

De onde à fronte bate o vento congelante
Vêm as vivências mal vividas
Do cerne da questão
Vem a desconhecida realidade,
A dolorosa verdade.
De onde veio o arrependimento de ontem
Surge o impiedoso amanhã
Nele, nada se resolve, nada se modifica
Preferia trocar o pesadelo sobre a morte do ente querido
Pelo sonho esclarecedor
Do sonho, surgem compreenções
E delas, o eterno inconformismo.


Camila Oleski

Cova Rasa

Os poemas que fiz para você acabaram.
Aquele antúrio que nascia morreu seco no solo infértil
O grito silencioso é rouco
E ninguém jamais poderá despertar com ele.
 Sobraram apenas as estrelas,
Aquelas que víamos em noite de lua nova.
As noites ruidosas por onde nossa felicidade desfilava
Estão descritas naquele poema de ontem:
A mais bela declaração de amor que fiz.
E o que me valeu?
Um pedaço de papel velho onde consta uma receita médica
Em cujo verso jazem palavras de amor...
Naquele telefonema, sem querer, você estava fazendo meu funeral.
Fui jogada numa cova rasa,
Sem velório.
Sem que houvesse alguém que chorasse por mim.

Camila Oleski

Da fidelidade.

"(...) a fidelidade é a primeira de todas as virtudes, (...) a fidelidade dá unidade às nossas vidas, que, sem ela, iria estilhaçar-se em mil impressões" (Milan Kundera - A insustentável leveza do ser).

Fiquei pensando sobre a importância de sermos fiéis a nós mesmos. É salutar que estejamos atentos ao que se passa dentro de nós (sentimentos, gostos, pensamentos), já que isso é o que vai nos guiar nas nossas relações com os outros: seremos mais verdadeiros nas relações se formos com nós mesmos. É interessante a colocação de Kundera quando diz que a infidelidade faz com que fiquemos estilhaçados. Claro! Se não olharmos e formos verdadeiros conosco ficamos divididos, estilhaçados, em pedaços e aí fica bem difícil e doloroso juntar tudo. Agora, quando olhamos para dentro e somos fiéis ao que sentimos diante da experiência, da vivência, da relação, então nos aproximamos mais da nossa unicidade, do nosso "ser uno". N
este livro fica clara a profunda violência sobre as mulheres e daí o sentimento de Tereza de autoincredulidade, de estilhaçamento de si mesma.. Mulheres que buscam ser o que são parecem ser vistas no livro (e na realidade) como libertinas e  esta ideologia machista com a qual Tereza foi criada a acompanha em todas as suas vivências no livro. Isso é posto como natural... 


Mas voltando à questão da autoaceitação e auto-fidelidade. Há muitas doenças psíquicas geradas a partir da nossa autoinfidelidade. A depressão por exemplo nada mais é do que odiarmos o que somos e o resultado disso é uma tristeza profunda. É muito difícil aceitarmos totalmente o que somos e sermos fiéis à esta autoaceitação, mas isso é buscar saúde mental.  Parece tudo isso uma atitude egoísta, mas mesmo o nosso egoísmo não pode ser ignorado. Ele precisa ser olhado e não negado por ser um sentimento socialmente inadequado. Se fizermos isso, corremos o risco de não mudarmos. Precisamos aceitar o que sentimos pra que haja mudança. Apesar de que o egoísmo faz parte de todos nós e  muitas vezes nos protege.... Além disso, uma coisa é sentir e olhar para isso e outra é aquilo que vamos fazer com aquele sentimento (ação). 


Camila Oleski

Felicidade

A felicidade encontro-a nas coisas simples da vida
No olhar da criança que, como borboleta, pousa onde acha 
guarida
A felicidade está no abraço que, quando ato, cura minha 
ferida
Está na dama-da-noite que exala seu cheiro adocicado e 
envolvente
Na minha menininha que sorri docemente
Quando ouço a sereinha cantando Alecrim
A felicidade parece mágica, 
Pó de pirlimpimpim.

Camila Oleski

Acontecivento

Na teia das relações, tecemos histórias.
No seio das histórias, brotam sentimentos.

Como deduzir um futuro com a exatidão de uma equação matemática?
Como concluir com a veracidade das fórmulas físicas um acontecimento?
Acontecivento...

O futuro, as relações, os sentimentos não podem ser calculados, medidos ou testados. 
Mesmo assim, entregamo-nos, jogamo-nos no abismo profundo da ilusão do acaso. 
Só isso.

O máximo que se tem é probabilidade. 
O provável já é suficiente para um suicídio. 
E, se tivermos certeza do fracasso (usando a ingênua e, por isso, pérfida, probabilidade das vivências humanas),
Aí vem o sentimento - esta enigmática, mas altamente mobilizadora ferramenta da fraqueza humana -,
 o coração

Se atira nos braços do destino e realiza tudo como se fosse a primeira vez,
Como se não houvesse passado, nem amanhã.

Somente presente....

Camila Oleski

Dispenso Monteiro Lobato

Acho que chocada é um eufemismo pra traduzir o que senti quando li "Negrinha" de Monteiro Lobato. É um conto insano que diz respeito ao tratamento dispensado por uma mulher abastada dado à criança negra num período "pós-escravidão", tratamento este camuflado de boa ação. Coloca-a como um objeto, um saco de pancadas, utiliza termos pejorativos e pesadíssimos para se referir à criança pra não dizer mais. Espero que a Unicamp, ao resgatar e solicitar um texto desse para o vestibular, não deixe passar despercebidas as questões do preconceito, direitos humanos etc. claramente presentes naquela aberração de texto, que incrivelmente já foi considerado em 2000 um dos melhores contos do século XX. 

"Conservava Negrinha em casa como remédio para os frenesis. Inocente derivativo: - Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres bem fincados!..."

"A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos - e daquelas ferozes, amigas de de ouvir cantar o bolo e estalar bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia!"

"O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões. Batiam nele os da casa todos os dias, houvesse ou não houvesse motivo. Sua pobre carne exercia para os cascudos, cocres e beliscões a mesma atração que o ímã exerce para o aço. Mãos em cujos nós de dedos comichasse um cocre, era mão que se descarregaria dos fluidos em sua cabeça. De passagem. Coisa de rir e ver a careta..."

Camila Oleski

Arco-Íris

Pensamos, logo existimos.
Sentimos, logo amamos.

Construímos nós dois como o autor que escreve o livro:
palavra por palavra, 
folha por folha e 
capítulo por capítulo;
Como o poeta que escreve aquela estrofe sobre o infortúnio da distância que separa os amantes;

Somos o "eureca!" quando a maçã caiu na cabeça de Newton. 
Somos como o mar de uma praia selvagem e a cidade que não para, 
tensa e aborrecida. 
Com você construo idéias como o escultor desenha num pedaço de pedra amórfico,
Aquilo vira vida!
Transformamo-nos como a lagarta em crisálida e depois em borboleta.

E regamos.
Regamos esta flor como uma criança rega a semente que plantou ansiosa por ver seu primeiro desabrochar.
Não, meu bem, o amor não é egoísta
O amor é pintado de arco-íris, 
Ao passo que fica no céu com os amantes que flutuam,
tamanho o amor que sentem.

Camila Oleski

A FOLHA

O inverno congela, mas o coração continua quente,
 O inverno aproxima.

A folha seca que cai quer chegar ao chão e adubar o solo.
O vento gélido que sopra quer beijar meus cabelos e acariciar meu pescoço nu;
O rio corre ansiando encontrar o mar;
A lágrima que cai quer encontrar a boca que lamenta;

(Ai dos que lamentam...
Pensam que conhecem toda a tristeza do mundo,
querem encontrar casa naquele que consola.
O meu lamento quer encontrar abrigo naquele que ecoa);

As minhas palavras querem encontrar o sentido;
Minhas mãos querem encontrar as suas;
Meu nariz que desvela o aroma perfeito;
O amigo quer encontrar o abraço;
A boca, o intenso laço;
A cabeça preocupada quer amnésia;
A dor quer encontrar alívio;
O adúltero, um álibi...

Desencontro na densa névoa,
carregada de mistério.

A tal folha que caiu não queria encontrar meu parabrisa.

Camila Oleski

METALINGUAGEM

Escrevo em verso, porque eu quero decidir onde começar e terminar o meu fluxo de sentimento
Esta linha não começa onde se inicia um parágrafo, numa folha delimitada por marcações de margens
Não quero regras quando falo do que sinto
Começo a linha onde começa minha dor
Delimitações não importam para mim
Maldito parágrafo que começa dois dedos depois da margem!
Meu parágrafo fica à margem,
Meu ponto final fica onde ou quando minha dor já foi expressa
(Ou meu amor)
Que nunca, nunca acaba
Maldito ponto final que não dá cabo ao sofrimento em meu peito!
Os pontos finais dos meus versos são apenas recomeços de infinitudes malcriadas de problemas.

Camila Oleski

Eco


As conversas que não são as suas entediam-me
Dão-me sono

Sou fã da sua infinita dor
Do vazio que sente e
Que é preenchido com o vil viver, frágua, ritmos, palavras e algazarras,
Suas amarguras acalmam minha alma
Nelas vejo que não estou só 
Não....
Vejo que minha humanidade encontra abrigo


A solidão é a presença da vazio
É a ausência do incômodo
Solidão é a visita dos sonhos, é a companhia dos meus eus
Minha companhia na solidão é a saudade que tenho de ti
Esta é presença constante
Esta nunca me deixa só
Em meus sonhos a presença agradável da sua cor atravessa meu mar de tranquilidade
Rouba a quietude aparentemente aconchegante do meu estar.


Camila Oleski

Corpos

Corpos soltos na algazarra
Cabelos flamejantes se jogam na dança
Mãos se encontram ao som da música, cujos dedos se entrelaçam interessados
Bocas e línguas sincronizadas e sibilantes na pronúncia da letra da música que não foi ensaiada
Mas conhecida há muito e, portanto, cantarolada com perfeição

Rostos já vistos
Olhos que já se beijaram
Suores já misturados no abraço de ontem
Flancos saculejantes
Calcanhares suspensos

Está aí a vida:

Na beleza bem vinda da alegria... 

Camila Oleski

Inaptidão ao amor

Gostaria de poder amar.
Almejo experimentar a saudade e
O gosto da boca no reencontro.
A saudade que banha os pensamentos sinestésicos,
Que permeia um dos cantos mais deliciosos e bem vividos da lembrança.
Anseio por um enredo bem sucedido de um amor apaixonado,
Como carnaval cujos corpos dançam grudados no emaranhado de gente
E de sorrisos daquela felicidade que parece que vai ser eterna.
O amor que deita num colchão de rosas cheirosas e macias como minha pele foi um dia.

No lugar disso, uma distinta inaptidão para demonstrar o bem-querer,
para conjugar meu dia com o da pessoa amada.
Minha casa é a solidão cujo silêncio do burburinho que toma conta dos pensamentos me serve de companhia;
Aqui é minha paixão,
Este é o amor que conheço:
O coração que acelera não pelo avistar da pessoa amada e sim pela iminência da chegada e esperada solidão.
A boca que beija o ar apenas inalado por mim mesma;
Os olhos brilhando ao fitar não o semblante do querido,
Mas das páginas do livro sobre a guerra;
O cabelo tocado com carinho por alguém que partiu há muito,
Agora se entrelaça apenas nos dedos da alma que agora escreve,
A poesia visceral de amor escrita para ninguém
A não ser a mim mesma com a lembrança de não ter escrito a pessoa alguma.
Sim, ninguém vai ser minha melhor companhia esta noite!
Meu amor declarado à solidão...

Camila Oleski

Dores n'alma

Capaz de dizer que coisas que não importam
Estou cheia, cheia de inutilidades e inutensílios (como diria o poeta)
Lotada de invivências, inexperiências
Sou aquela que faz chorar o coração
Sou a mágoa latente no coração do infeliz
Sou a rosa que, na mão dos distraídos, fura-lhes o dedo
A amargura no coração de quem foi desprezado
A nota zero do aluno
Sou o tumor que cresce e suga a vida que estava sendo bem aproveitada
E que chega para desiludir e destruir
O caixão que é levado no cortejo e que carrega quem jaz, querido
Sou a lágrima que cai dos olhos enfurecidos
A pétala que, seca, se desprende da flor quando chega o outono
O buraco na barriga do angustiado
Sou a crise existencial do suicida
Sou a podridão da humanidade
A torpeza que rouba a dignidade
Sou a lama que os miseráveis famintos comem para enganar a fome
Os destroços que restaram depois do tufão
Ou aqueles encontrados depois da catástrofe
Da queda do avião, do naufrágio, do capotamento do carro
Aquilo que já foi usado e que agora é lixo
Sou o que foi deixado de lado
O sapato fedido e gasto do mendigo que caminha sem destino
Sou o nó na garganta daquele que queria gritar, mas não lhe é permitido
Sou o soco na cara do oprimido
A lembrança esquecida naquele que queria construir uma história de vida significativa
A sobra de comida rejeitada pelo estômago empanzinado
A ignorância do povo
A mentira que manipula a massa de manobra
O senso comum que aliena o cidadão
O barulho que não deixa o trabalhador dormir depois de um dia cansativo
O suborno
O estupro
A propina
A palavra que ofende
A chibatada
A tortura
A dívida
O roubo
O vil

Camila Oleski



O outro

Sinto a raiva que sente
Choro pelo quê chora
Sinto a aflição que lhe aflige
Posso entender a mágoa que lhe magoa
Sentir na pele a dor daquele soco que deram em seu rosto
Daquele arranhão que a fez sangrar
Viver a solidão que vive
A revolta que a fez brigar
A paixão que te cega
Cantar a mesma canção que você
Dizer pra você o que entendo de como você está vendo as coisas
Acolher a sua dor da perda
Abraçar a sua causa
Posso estar junto a ti por um tempo
Olhar pela sua ótica a sua vida
Carregar junto com você o fardo das dificuldades
E sentir o quanto isso está sendo pesado
Aceito seus medos,
Caminhando ao seu lado.
Não posso ser você, mas posso entender o que está me dizendo e aceitar com amor isso
Posso caminhar com você no sentido de uma vida melhor
E saber que ali quem chegou foi apenas você!

Camila Oleski

Amada solidão

Estava acostumada à solidão. Mas antes de tê-la como família, passava horas em minha minúscula casa, entregue a insensatos pensamentos, cansada e indefesa. Uma manta e seu calor me trazia mentirosa sensação de aconchego. Meus breves momentos de bem estar aconteciam durante as tempestades, cujas trovoadas lá fora faziam com que estranhamente me sentisse acolhida pelo céu como se ele fosse meu único amigo.

Camila Oleski

Quando esqueço de mim

É intensa a ligação que por ti alimento,
É meu muso inspirador.
Como todo o céu que desvela o passado
Assim é meu amor
que perdeu a flor a você colhida.
Aquele rio que correu por nossos corpos n’outro dia
Agora está com um pedaço de mim que foi levado pelas águas
E de você quando ao meu corpo se deu...
Sozinha estou e deixo minha mágoa rasgar-me o rosto,
Já que assim esqueço um pouco de mim.
Pensando em ti
Vi minha vida passar de repente
O que era futuro
Agora virou presente
O que era canto virou lembrança
E o que éramos nós, sonho.

Camila Oleski

A última notícia

A última notícia que tive de mim foi de você  Que me disse que eu havia me perdido  E que achava que eu não podia ir tão longe Mas fui ...