Aquilo
que fomos um dia
Passa pela minha cabeça
Como um filme visto inúmeras vezes
Como um filme visto inúmeras vezes
No
entanto, dessa vez, há detalhes que não tinha visto,
Intenções
que havia perdido
Um bálsamo retinto agora.
Aquela onda que irrompe na praia
São as minhas mãos ansiando pelas suas
Aquela brisa que sopra sua tez
Um bálsamo retinto agora.
Aquela onda que irrompe na praia
São as minhas mãos ansiando pelas suas
Aquela brisa que sopra sua tez
É meu
colo pedindo sua boca
Aquele
frio que sentiu ontem na rede, depois do banho de mar
Foram
meus olhos procurando sua alma
A saliva
que molha seus lábios salgados
É a minha
sagacidade despertada
A luz do sol que passeia por seu corpo
É a violação da minha zona de conforto
Na calada manhã
Corpos
nus brincando, não absortos, despertos
Cujas
intenções provocam a sinestesia mais deleitável
Doce
lamento da alma que acabou de sair do sono da morte
Da mais
mentirosa sensação de controle
Agora já
foi
Atirei-me
ao mar da volúpia
Estou
anestesiada pela busca de axiomas que possam traduzir um continuum
Tento
inutilmente retomar a razão perdida
Ah,
quisera eu ser aquela borboleta
Por seus
dedos impacientes tocada
E por
meia hora observada, no tapete verde-natural
Fecho
meus olhos:
Eles são pórticos
Para seu jardim em flor
Onde a borboleta flutua cativa num mar verde de amor.
Camila Oleski
Eles são pórticos
Para seu jardim em flor
Onde a borboleta flutua cativa num mar verde de amor.
Camila Oleski