No ser mulher, escondem-se desgraças
As máscaras são colocadas, as paredes, repintadas
Mas por baixo, mágoas
Mulher usada
Mulher com medo,
guarda seu segredo
para ninguém ouvir
Mulher desgraçada,
cozinha e faz a mesa mal amada,
de sobremesa uma bofetada
Mulher contente, acorda e consente
Com um sorriso aparentemente decente,
faz café, ainda com fé
Vai trabalhar e buscar onde tenha um minuto de paz
Chega em casa na esperança
de que nesta noite não haja manguaça
Mesmo assim a rechaça
chega e desgraça
Vai pra cama com um hematoma
E, com seu inimigo ao lado,
Dorme e entra em coma
Sem direito a sonho
Só ao medonhopesadelo.
Camila Oleski