Chuva,
Molhe minh’alma sôfrega,
Regue meu peito dolorido pela despedida,
Lave o suor seco de meu rosto vivido,
Amordace minha boca ávida,
Cale meu ventre vazio, oco,
Pinte a minha pele de ocre, quero afundar nesta terra lamacenta
Chuva,
Acalente ao menos minha noite eivada de dor,
Seu carinho mitiga minha sede de querer mais,
repouse em meu colo quente e embaçado, pois ofegante.
Camila Oleski