Olho para a chuva
Lembro-me
da vida que ria pra mim
Os
rostos sem rugas
Molhados
pela festa na chuva
Pulo
nas poças como quem pula a parte de mim que dói
Olho para
o céu, cinza...
Dégradé
de cores que não são primárias, mas essenciais
Firmamento
que me diz que a água não vai parar tão cedo
E
então sinto os pingos batendo em meu rosto e respingando já quentes em outras
partes do meu corpo de menina
Água
que escorre pela pele vira
cachoeira na curva do umbigo
Olho para
outro, feliz
E
ambos, apenas com os olhos de cumplicidade de um momento pleno,
decidem
continuar brincando!
Camila Oleski
Camila Oleski